sábado, 30 de julho de 2011

Eu nunca tive prazer. Caprichos sim.

As únicas coisas que me davam prazer eram o facto de te entregares de olhos cerrados e de me segredares num sussurro exaustivo mentiras, ou verdades. Mas surravas.

Nunca tive prazer. Fantasias sim. Inacessíveis.

F

terça-feira, 26 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Como queres que eu faça amor? Como queres que eu faça amor, se eu esqueci tudo quando me esqueceste.
Já não sei gritar.
Já não sei reconhecer o teu perfume.
Até perdi o sentido de humor.
Perdi tudo.
Esqueci tudo.

F

Where are you, F ?

-C

quarta-feira, 20 de julho de 2011



Ainda me sento no chão.
Ainda olho para o corredor aparentemente vazio com a luz reflectida.
Ainda retenho as memórias desse mesmo corredor a fazer de recreio de um jogo inacabável.
Ainda olho para cada divisão da casa com a mesma expressão com que a deixaste.
Ainda sinto o toque surpresa da tua mão a moldar a minha.
Ainda que longe faz mossa, és como sal nas feridas.
Ainda selo um beijo teu a cada cicatriz acentuada no corpo.
Ainda sinto o teu cheiro a invadir-me o quarto.
Ainda ocupas as linhas do meu caderno.
 E ainda me sabe a pouco.
-C

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não há nada mais que possa dizer sobre ti.
Esgotaste o que havia em mim, em ti.
Podia arriscar um nós, como sempre.
Eu a forçar essa maldita palavra que une dois em um, e tu a forrar-me de ilusões que se faziam crer.
És a ausência que há em mim, o esquecimento do meu centro.
só queria que esse sorriso não me trespassasse o estômago.
Eu a cair.Tu a olhar.O silêncio que se faz.Eu a levantar. Tu a questionar.Eu a partir.Tu a chegar.
A monotonia das divergências de sempre. Não há mais nada que possa dizer sobre ti.
A não ser a ira que detenho em mim, por cultivar um amor só meu, alimentado por omissões inquestionáveis.

-C
Eu poderia inventar-nos, ou até reinventar-nos no tempo. No tempo em que o tempo ainda nos era útil.

Eu poderia engenhar-nos uma história, uma história que nos encaixasse inteiramente, ou que se moldasse em cada centímetro dos nossos defeitos, ou vícios.

Poderia até, inventar-te um sorriso, que eu amasse. Que eu amasse por inteiro, um sorriso do qual eu não me cansasse.
Mas nada disso vale a pena. O tempo fugiu-nos por entre os dedos, como areia fina. No tempo, deixou de haver tempo para ti. Para mim. Para nós.
F


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Posso contar-te um segredo? Vi paixão nos teus olhos. No teu so-rriso.

F



Crave (Ânsia) - Sarah Kane

F
Hoje ouvi dizer numa cantiga que, um amor quando não morre, mata. Porque amores que matam, nunca morrem.

F



quinta-feira, 14 de julho de 2011

“Por que queres tu que eu fique, Porque é preciso, Não é razão que me convença, Se não quiseres ficar, vai-te embora, não te posso obrigar, Não tenho forças que me levem daqui, deitaste-me um encanto, Não deitei tal, não disse uma palavra, não te toquei, Olhaste-me por dentro, Juro que nunca te olharei por dentro, Juras que não o farás e já o fizeste, Não sabes de que estás a falar, não te olhei por dentro, Se eu ficar, onde durmo, Comigo.”

(José Saramago, Memorial do Convento)
F



Vem contemplar-me antes que este céu colossal de verão me consuma.
Vem amar-me antes que estas chuvas de verão me façam submergir em direcção ao nada.  


F



terça-feira, 12 de julho de 2011

Após o perfeito alinhamento de estrelas, vem sempre uma irremediável, terrível e assoladora tempestade.

F



domingo, 3 de julho de 2011

Estou de tal modo enfeitiçada. Não me reconheço. Estou perdida de ti, em ti.
F